terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pra Driblar a Crise, Restaurante Aceita Produtos em Troca das Refeições



A uma curta distância dos cafés que atendem turistas perto do Palazzo Vecchio, Donella e seu marido, Frank, estão ocupados negociando a troca de vinho e batatas por uma refeição da massa florentina conhecida como "pici" --um parente do espaguete, mais curto e enrolado a mão--, acompanhada por um caldo de carne de porco.

O casal abriu um restaurante de 40 lugares em Florença que permite que clientes troquem legumes e outros produtos por um jantar típico, como maneira de encorajar as pessoas a sair para jantar apesar da recessão.

""Muita gente está sem dinheiro para sair à noite e jantar ou não tem dinheiro suficiente para se manter até o fim do mês. Por isso decidimos voltar ao velho sistema de escambo."

O restaurante se chama L'e Maiala (uma expressão toscana que significa "tempos difíceis" e deriva do termo usado para a carne dura das porcas) e retoma uma tradição sobre a qual os proprietários se lembram de ter ouvido seus avós comentar ao recordar o período posterior ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando o escambo se tornou comum em Florença por algum tempo.

"O restaurante é dedicado aos nossos avós. O tipo de cozinha é dedicado à memória dos nossos avós que comiam em casa nos domingos e cozinhavam esses mesmos pratos, receitas muito simples, mas bastante saborosas", diz Leandro Bisenzi, outro dos sócios do restaurante.

O escambo existe há séculos como alternativa ao dinheiro, mas uma recessão prolongada pode ter reforçado sua presença em um momento no qual companhias com caixa baixo trocam serviços por meio de intermediários a fim de reduzir custos e encontrar novos clientes.

Em 2011, mais de 400 mil empresas em todo o mundo faturaram US$ 12 bilhões com ativos trocados por escambo, de acordo com a Irta (Associação Internacional de Comércio Recíproco, na sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos norte-americana que promove a mais antiga das formas de comércio.

O comércio por escambo deve crescer entre 5% e 10% ao ano, de acordo com a associação. E isso não inclui transações não registradas, como uma troca de serviços entre um encanador e um restaurante, por exemplo.

Na Itália, o escambo é menos comum que nos EUA. Mas se expande à medida que a recessão corrói as economias.

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