Como já postamos anteriormente (veja aqui), o Movimento Slow Food é muito mais do que comer de forma tranquila. O princípio básico é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção. Mas realmente a parte de se alimentar de forma tranquila ainda é considerada muito importante.
Na correria do dia a dia, a maioria das pessoas come com pressa, sem mastigar direito. Mas a economia de alguns minutos na agenda custa caro para a saúde. Comer depressa pode causar problemas de estômago e dificuldade na absorção dos alimentos. Isso acontece porque sem a mastigação adequada eles não são bem triturados e chegam em pedaços grandes ao estômago. O resultado é uma digestão inadequada, que pode fazer a pessoa sentir azia, refluxo e uma série de outros problemas.
Desacelerar na hora de comer ainda tem outra vantagem. O contato do alimento com o estômago estimula a produção de substâncias que fazem o organismo “entender” que você está satisfeito. Para chegar ao cérebro, essa mensagem de saciedade leva, no mínimo, 15 minutos. Isso quer dizer que se uma pessoa terminar a refeição em dez minutos, por mais que tenha preparado um prato rico em nutrientes e adequado à sua dieta, é grande a chance de continuar sentindo fome e partir para uma segunda rodada, comendo além de suas necessidades. Ou seja, comer depressa demais, além de tudo, engorda.
Por outro lado, se o alimento permanece por um tempo maior na boca, além de ser amassado e chegar ao estômago com uma consistência mais adequada, a própria ação da saliva já começa o processo de digestão. A mastigação prepara o alimento para que suas vitaminas e minerais sejam mais bem absorvidos pelo corpo. Se ela não for bem realizada, boa parte dos nutrientes passa sem proveito pelo intestino e é eliminada direto nas fezes.
Segundo Vilani Dias, nutricionista, não existe um número ideal de mastigações, embora alguns especialistas sugiram que a cada garfada se deva mastigar pelo menos 20 vezes. Ela prefere raciocinar em termos de tempo. Sua recomendação é que um almoço ou jantar não leve menos do que meia hora, o tempo necessário para o organismo tirar dos alimentos os melhores resultados.
Abaixo, seguem algumas dicas para que todos tenhamos uma refeição melhor:
- Tranquilidade: se você mora longe de casa e precisa recorrer a restaurantes na hora do almoço, procure os estabelecimentos mais sossegados. Locais barulhentos e cheios de gente costumam deixar as pessoas agitadas, fazendo com que tenham mais pressa de comer e ir embora.
- Acompanhado: se possível, no trabalho, coma junto com colegas. Comer conversando faz, por exemplo, você dar mais pausas entre uma garfada e outra, levando mais tempo na refeição.
- Talheres: tente repousar os talheres na mesa depois de algumas vezes que levar o alimento à boca, buscando relaxar e mastigar com calma. No começo pode parecer estranho, mas serve como exercício e é capaz de trazer resultados.
- Sabor: sempre que possível, busque extrair da comida o maior prazer buscando a mais saborosa. Não se contente em “encher a barriga” porque está mais perto ou é mais barata. Pesquisar e variar são maneiras de achar outras alternativas pelo mesmo preço. “Apreciar a comida é uma ótima razão para comer devagar, pois quando as pessoas não gostam do que estão comendo acabam engolindo ainda mais depressa”, observa Vilani.
- Fome: faça pelo menos um lanche entre o café da manhã e o almoço, de preferência com pães integrais, frutas, sucos ou iogurtes. Isso ajuda a não chegar com tanta fome à mesa e a comer mais sossegado.
- O começo: comece a refeição com saladas verdes, legumes e grãos, já que esses alimentos por si só exigem mais mastigação.
fonte TERRA
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