Os cientistas descobriram que o fungo se reproduz de maneira muito incomum para sua espécie: sexualmente.
A descoberta foi consequência de um estudo e mapeamento de diferentes cepas dos fungos Tuber melanosporum. Até recentemente, o senso comum era de que esses organismos eram auto-férteis, como quase todos os fungos. Os cientistas pensavam que eles eram capazes de fecundar-se para produzir esporos. Assim, a presença de cepas de diferentes sexos sob plantações de trufas foram simplesmente ignoradas.
Além disso, há uma dificuldade em desvendar o sistema de acasalamento de trufas, devido à impossibilidade de acasalar esses fungos sob condições controladas.
Os pesquisadores perceberam que, apesar de existirem ambas as partes macho e fêmea no organismo do mesmo indivíduo, os fungos cruzam os seus genes com outros indivíduos, uma estratégia chamada de auto-estéril, ou heterotálica. Por causa dos fatores abordados, esta estratégia foi negligenciada por muito tempo e só foi descoberta através da análise das diferenças genéticas entre os fungos nas plantações, que já começam a surgir pela Europa, mais especificamente na Itália, França e Suiça, mas ainda em fase de testes e aprimoramentos.
Os cientistas provaram que o Tuber melanospoprum é heterotálico. Segundo eles, é concebível que outras espécies de trufas sejam auto-estéreis também. A equipe já provou que a trufa branca (Tuber magnatum) pode se reproduzir sexualmente, mas ainda não descobriu se esta é a única maneira na qual ela se reproduz.
Hoje, os pesquisadores sabem mais sobre as trufas. Por exemplo, a forma como elas interagem com seus hospedeiros, os carvalhos, ativando genes específicos, ou que elas podem ser identificadas através de genotipagem molecular, entre outras coisas. Mas ainda há muito sobre esse fungo que os pesquisadores buscam saber.
Os trabalhos e pesquisas realizados até hoje apontam para mudanças na forma como as trufas podem ser cultivadas. Por exemplo, os pesquisadores afirmam que plantações de trufas artificiais de todo o mundo têm usado mudas de plantas hospedeiras de trufas inoculadas. A nova descoberta sugere que talvez seja uma boa ideia inocular plantas de linhagens fúngicas de diferentes sexos. Elas devem ser plantadas em quantidade igual e, possivelmente, espaçadas a favor do acasalamento.
fonte NCBNEWS
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