segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

70% dos Restaurantes de São Paulo não Sobrevivem ao Segundo Ano


Segundo dados da ABRASEL-SP, 70% dos restaurantes não sobrevivem ao segundo ano de vida. A taxa de fracassos é quase o dobro da observada para empresas do estado de São Paulo em geral, que segundo o SEBRAE-SP é de 37%.

Os fatores apontados para esta alta taxa de insucesso são erros na contratação da equipe, fixar-se em imóveis com alugueis muito altos e o não dimensionamento do capital de giro necessário até o retorno do investimento. Mas o principal fator continua sendo a falta de planejamento geral, levando em conta todos esses problemas.

Poucos restaurantes montam um bom plano de negócios. Muita gente insiste em não encarar um restaurante como uma empresa séria e que necessita de planejamento e estrutura. Um dos maiores problemas ainda é a falta de experiência e até um excesso de ingenuidade dos proprietários. Muitos donos de restaurante não sabem o custo de seus produtos, nem imaginam quanto "sua máquina" custa. Pior, não sabem quantos funcionários têm, quanto eles ganham e nem se tem gente demais ou de menos trabalhando para ele. Um bom planejamento prevê todas as dificuldades a serem enfrentadas, desde a baixa demanda inicial, até a previsão de quanto dinheiro ele precisa até que comece a entrar algum dinheirinho.

Os empresários ainda reclamam da alta carga tributária, principalmente dos encargos trabalhistas. Outro grande problema do momento é a falta de mão de obra para o setor, especialmente as menos qualificadas, como faxineiros e auxiliares de cozinha, pois esses profissionais estão migrando para a contrução civil, onde sobram vagas.

Outro fator que pode atrapalhar é o grande número de concorrentes. Estima-se que em São Paulo, capital, existam cerca de 12.500 estabelecimentos. Mas essa concorrência só assusta empresários de primeira viagem. Os mais experientes sabem lidar com a dinâmica do mercado e conseguem seu espaço sem muita dificuldade.

É uma pena ver que pessoas despreparadas, mas muito bem intencionadas, acabam perdendo dinheiro de uma vida inteira para realizar um sonho e ganhando uma dívida que vai levar outra vida para ser paga. 

Leia a seguir um pedaço do texto do Josimar Melo  sobre a mesma matéria da FOLHA.

"A maioria das empresas, pequenas ou grandes, abre porque há um empreendedor disposto a ganhar dinheiro (não perder), e por isso costuma ser alguém que conhece o ramo, tem experiência e se cerca de profissionais capacitados.

Com restaurantes, nem sempre é assim. Muitos que debutam na área investem seu dinheiro pensando em coisas de outra ordem - o glamour da empreitada, a suposta diversão de poder receber amigos, além da deliciosa possibilidade de ter cozinha profissional para exercitar seu hobby: cozinhar.

É bacana abrir um negócio por paixão. O problema é quando a pessoa esquece que é um negócio, que ali não será a acolhedora sala de jantar de sua casa, mas, sim, uma empresa complicadíssima, com todos os problemas de qualquer empreendimento (obras, fluxo de caixa, impostos, pessoal, público), sendo que não há um diretor (financeiro, RH, corporativo etc.) para cada área.

Ou seja, como pequena empresa, é o coitado que terá que se encarregar de tudo: administrar o dinheiro, driblar os impostos, demitir o gerente que está roubando (depois enfrentá-lo na Justiça do Trabalho), sorrir para o cliente idiota que quer o peito de pato beeeem passado... e ainda criar, cozinhar, servir com alegria suas iguarias!

Claro que esses estabelecimentos não prosperam, tornam-se um martírio para o dono novato e fecham logo."


fonte FOLHA DE SÃO PAULO

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