terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

França Ganha Mais um Restaurante Três Estrelas Michelin





O guia "Michelin" divulgou suas estrelas para os restaurantes da França, sendo o francês o último guia de 2012 a ser lançado.

O restaurante Flocons de Sel, do chef Emmanuel Renaut, é o único novo estabelecimento a alcançar a terceira estrela. Agora, 23 restaurantes franceses têm a cotação máxima do guia.

O Japão continua sendo o país com mais restaurantes três estrelas -atualmente são 32.

Dez restaurantes franceses chegaram às duas estrelas, incluindo dois em Paris: Sur Mesure, de Thierry Marx, e L'Abeille. Entre os restaurantes com uma estrela, há 58 novidades. Com isso, a França chegou a 485 estabelecimentos com uma estrela.

"BIB GOURMANDS"

No início do mês, o guia havia anunciado sua edição 2012 do "Bib Gourmands".

Os restaurantes "Bib Gourmand" oferecem refeições de três pratos por menos de € 35 (para restaurantes situados na capital francesa) e € 29 (no restante do país).

Em 2012, foram listadas 630 casas - 124 delas pela primeira vez e 21 em Paris.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Consumidores Pagam Mais por Vinhos com Nomes Difíceis



Um estudo realizado pela Dra. Antonia Mantonakisda, da Universidade de Brock, no Canadá, descobriu que os consumidores são mais propensos a comprar vinhos de vinícolas com nomes mais difíceis de pronunciar.

Outra descoberta foi que os participantes também estão mais dispostos a pagar um preço maior pelo mesmo vinho, se esse tiver um nome mais difícil de pronunciar em inglês.

Segundo a doutora, vinhos com nomes dificeis de pronunciar são associados com vinhos de melhor qualidade. "Coisas difíceis de pronunciar não são familiares porque geralmente são usadas para coisas raras", complementou. Além disso, a percepção de gosto também se altera, caso o nome do vinho, ou da vinícola seja mais difícil. "Percepção de gosto é diferente se associada com nomes de vinícolas mais difíceis de se pronunciar".

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Entrevista com Luiz Groff

Entrevista com o especialista em vinhos Luiz Groff, para o programa Outra Conversa, na Ó TV. Ele conta sobre sua vida e como se tornou um grande apreciador de vinhos. Inclusive, ensina a abrir um garrafa com o tradicional sabre.

Aproveitem!


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sushi e Vinho Branco, Combinam?





Casar vinho e sushi nunca será uma fácil tarefa, mas não é impossível. Este é um dos mais intrigantes desafios entre as culturas do Oriente e do Ocidente, acentuando as diferenças de quem procura o bem-estar. De ambos os lados.

Como sabemos, intuitivamente ou não, os fundamentos da culinária japonesa sempre foram ligados à saúde. Por isso a presença ostensiva do wasabi, do shoyu e do gengibre marinado em torno dos sushis. Sendo uma comida de risco, por envolver matéria-prima que se deteriorava com facilidade antigamente, os três mosqueteiros do sushi sempre agiram como profiláticos e tonificantes do estômago.

O saquê sempre foi a companhia natural para os japoneses, porém, com todo respeito à sua tradição, podemos optar pelo vinho. Mas se temos sushis e também sashimis variados à frente, abraçados pelo ardido do wasabi, a acidez do gengibre e o sal do shoyu, o que colocar na taça? Já se falou muito do champanhe e de espumantes, mas a acidez do brut provoca um certo stress na língua depois de algum tempo (não esquecer que o gengibre é marinado no vinagre, mesmo que o açúcar quebre um pouco essa sensação). 

Então, na guerra dos contrastes que promove a paz da combinação, faz boa presença um vinho aromático e com um certo veludo para acalmar o ímpeto dos três ingredientes. Um bom gewürztraminer, portanto, fenomenal uva dos vinhedos alsacianos e alemães (sem confundir com o maldito vinho da garrafa azul, por favor). Para quem gosta de um vinho mais seco, a pinot gris francesa ou a pinot grigio italiana também têm boas chances de dar certo.


O site ESCRIVINHOS, faz algumas sugestões para essa harmonização. Uma delas é o argentino Oroya, produzido na região de Mendoza, na Argentina. A bebida foi desenvolvida pela enóloga japonesa Yoko Sato, que utilizou as uvas Torrontés e Pinot Noir na composição. “É um vinho jovem, com corpo firme e pleno, com acidez equilibrada e agradável", explica Fabrício Navarro, da distribuidora Ingá.


Outra opção é o brasileiro Sushi Vin. Produzido na Serra Gaúcha, leva em sua composição as cepas Chardonnay, Malvasia Bianca e Moscato. A proposta do primeiro vinho nacional feito para harmonização com a gastronomia oriental é de uma bebida leve e refrescante, com ricos aromas. Foi criado em parceria por uma equipe composta por agrônomos, enólogos e sommeliers, em busca do equilíbrio com a comida japonesa. A sugestão de temperatura para consumo é bem gelado, de 6 a 8 ºC.


Alguns dizem: para aumentar as possibilidades de harmonia, basta não comer o gengibre, passar pouquíssimo wasabi e quase ignorar o shoyu. Mas de que vale a vida sem sal, pimenta e um pouco de acidez?

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Embrulhar Peixe em Papel

Curitiba Tem um Novo Espaço na Internet Para a Gastronomia



Portal CWB Gourmet é mais uma opção para os moradores da capital paranaense se informarem sobre o assunto.

No ínício de fevereiro entrou no ar o CWB Gourmet. A proposta do portal é reunir o que há de melhor sobre o cenário gastronômico da cidade, sempre privilegiando os estabelecimentos e os chefs da cidade. O portal conta com matérias, colunas, vídeos, guia de restaurantes e até mesmo um sistema de compra coletiva 100% alimentação, com bares e restaurantes de Curitiba.

O Vila Roti é um dos parceiros do portal, que assina a coluna "Gastronomia Descomplicada", além de contribuir com receitas e outros conteúdos para o site.

O endereço é www.cwbgourmet.com.br

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Flor de Sal Nacional


Nunca os ingredientes brasileiros estiveram tão em alta e os regionais tão celebrados. O movimento nacionalista não para por aí. O Brasil já produz, com muita qualidade, iguarias que só tinham fama por outras bandas. É o caso da flor de sal, os delicados cristais que representam a parte mais nobre do sal, um ingrediente indispensável a qualquer chef ou grande gourmet.

Ultimamente, ouve-se entre os profissionais da cozinha que a flor de sal brasileira, produzida no Rio Grande do Norte, é tão boa quanto as importadas. Resolveu-se então colocá-la à prova, lado a lado, com as melhores do mercado. São elas: a famosa Fleur de Sel de Guérande, da região de mesmo nome na França, e a renomada Belamandil Flor de Sal, do Algarve de Portugal. A brasileira em questão é a Cimsal, de Mossoró, no interior potiguar.

Como é de praxe, todas as marcas foram compradas e o teste foi realizado às cegas. O desafio reuniu 15 chefs de todo o país que tinham à disposição, para combinar a seu gosto com a flor de sal, sabores neutros como azeite de oliva extravirgem, tomatinho orgânico e pão italiano. 

Na avaliação final: empate, surpresa e dificuldades para eleger a preferida. Portugal e Brasil levam o primeiro lugar, com a preferência de cinco chefs cada um; e a francesa, a mais famosa pelo mundo, foi a melhor para quatro dos participantes. Ou seja, gol do Brasil, já que a Cimsal é bem mais barata.

AVALIAÇÕES

Bela Mandil Flor de Sal
(Algarve, Portugal)
150 g
R$ 52
Necton (www.necton.pt) 
Comentário: “Delicada, dissolve fácil”, diz Fernando Couto, da Confraria do Sabor, SP

Flor de Sal
(Mossoró, RN)
150 g
R$ 21
Cimsal (www.cimsal.com.br )
Comentário: “Mais úmida, clara e intensa”, afirma o chef Raphael Despirite, do Marcel, em São Paulo, SP

Fleur de Sel de Guérande
(Guérande, França)
125 g
R$ 62
Le Guérandais (www.seldeguerande.com )
Comentário: “Gosto mais pelo aspecto, a cor, que sugere menos processamento”, observa Leila Kuczynski, do restaurante Arabia, de São Paulo, SP

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Explosão de Couve Flor




O fotógrafo Brock Davis recriou com couve flor algumas das explosões mais famosas da história. Você pode encontrar mais maluquices com comida em seu  Flickr set Food Stuff.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O AUTOR! O AUTOR!




Há muito não via meu amigo Sampa e quando apareceu, como é seu costume, foi logo ao assunto, como se estivesse continuando uma conversa interrompida minutos antes.

— Peguei o avião para o Rio. Ao meu lado, na poltrona da janela, uma deusa, aquela deusa.

Tinha um livro na mão e lia atentamente. Nem me olhou. O avião decolou e ela não tirou os olhos da página. Mexi-me, bati o cotovelo acidentalmente, perguntei se estava indo para o Rio, mas a deusa limitou-se a replicar hum-hum.
Que perfil, que dentes, na curva da nuca a penugem, esvoaçando ao sopro da ventilação do avião, fazia olas, firulas de pura paixão.

“E os olhos escuros, tão puros, perjuros, volvias, tremias, sorrias, para outro, não eu.” 

Fechou o livro, apoiou-o nos joelhos, jogou a cabeça para trás e gargalhou. Seu riso cristalino, rolando nota a nota, como chora Pixinguinha quando encarna Bach, fez bater com esperanças, meu coração. Pude então ver a capa do livro, era o teu, O Planeta Vinho, este novo que você escreveu.

Eu sei que foi traição, falta de decoro parlamentar, mas eu estava desesperado, apaixonado, à primeira vista, como um colegial. Sentia um peso no peito, mal respirava, não salivava, a visão fechada em tubo.

O coração pegando fogo, a língua enrolada, não falei, balbuciei: 

— Está gostando do meu livro?

A deusa me olhou surpresa e comparou-me com a tua caricatura na capa do livro. 

Apertei os olhos para ficar com tua cara de chinês, e com um gesto displicente, passei a mão no cabelo e derrubei o topete. Ela ainda duvidava, mas como você tem a cara do Gepeto com o olhar do Charles Bronson, ousei:

— É que hoje acordei invertido, estou mais com o olhar do Gepeto e a cara do Charles Bronson.

A observação inteligente, convenceu-a. Sem delongas, comecei a falar sobre o livro. Fiquei em alfa, memória perfeita, absoluta clareza, deu-me a terceira visão, eu não fingia, o verbo brotava, eu era você.

Repeti algumas crônicas adicionando detalhes. Personalizei as anedotas. Descrevi vinhos.

Cativa, a deusa pousou o livro fechado no regaço, reclinou a poltrona e passou a escutar-me. Como era doce o seu olhar, com que ternura sorria, antevia o mote, aprovava as tiradas.

Eu tinha a força. Entrei nos detalhes. O alcatrão nos Barolos, o rubi irisado dos Bourgognes, a alma negra dos Cabernets australianos, o ranço de focinho de bezerro mamão do Gewürztraminer, a magia insólita do Brunello.

Ela ouvia e sorria, para suas palavras, mas a voz que ouvia, que vinha de dentro e tocava o seu coração, não era a minha, mas a tua. Como Roxane, ela via Cristiano, mas só escutava Cyrano.

Chegamos ao Rio, convidei-a para jantar no meu Hotel, deixei de lado o velho OK da Rua Senador Dantas que havia reservado e mandei tocar para o Meridien.

Quando não encontraram a reserva, encenei um dos teus melhores papéis, “o Conhecido Escritor Indignado”. Foi tiro e queda. A recepção, com aquela diplomacia típica dos grandes hotéis quando vazios, além de encontrar meu pedido de reserva, me deu um upgrade, uma suíte, por conta da casa. 

Jantamos no restaurante envidraçado, flutuando no céu. 

Lá embaixo, aquele azul que vinha do mar, chão de estrelas salpicado, saudades que o sol poente da tardinha deixara num búzio de luzes verdes e alaranjadas dos neons, mixava Copacabana. 

Pedi um Les Amoureses, Comte Vogüé. Passeei por Chambolle Musigny en vole d’oiseau e fui para Gevrey Chambertin. Chegamos no Champagne, não tinha Salon, protestei, indignei-me, ofereceram La Grande Dame 1989, tomei-a como um sinal de bom presságio.

Fomos para o apartamento, fechei os olhos para não ver quantos zeros tinha o preço, e pedi um Les Charmes Joseph Drouhin 1995, levemente gelado, frapé, num balde de gelo e diante da garrafa declamei:

Les Charmes é tudo que se pode querer de um Premier Cru. Ele tem a força do nosso amor, a sensualidade dos teus olhos ciganos, o bouquet de teus lábios de mel, nem a força do Echezeau, nem a picardia do Romanée, mas a feminilidade da mulher que se dá e que me toma, se entrega e me possui, se invade e me devassa, me constrói e me destroça, antes mesmo de me tocar. Les Charmes reina em Chambolle Musigny, como você em meu coração.

A deusa levou a taça aos lábios, apenas roçou-os, bebeu apenas um golinho e afirmou:

— Chambertin!

— O quê?

— Chambertin, este Charmes não é de Musigny, é de Chambertin, é menos fragrante, mais limpo, mais compacto.

Tentei tergiversar, mas ela arrematou:

— Com certeza. Safra 1995, Joseph Drouhin, com toda a certeza. 

— E daí, Sampa, o que foi que aconteceu?

— Daí? Daí, você broxou. 

Coluna gentilmente cedida por Luiz Groff - Acesse www.invinoveritas.com.br

Copos Comestíveis Podem ser o Futuro dos Copos Descartáveis


Novidade boa no ar!!! Eles são coloridos, divertidos, maleáveis, servem para encher de suco, água ou qualquer outra bebida, e ainda por cima são ambientalmente corretos. Tanto que, depois de usados, eles podem até ser ingeridos. Desenvolvido pelo escritório de design "The way we see the world", o Jelloware é um copo comestível feito de um tipo especial de gelatina de algas, a agar-agar. Muito utilizada na cozinha oriental e contemporânea, pois tem uma qualidade especial, pode ser aquecida, ao contrário de outras gelatinas que derretem com o calor.

A invenção ecológica já existe em três sabores: lemon-basil (limão e manjericão), ginger-mint (gengibre e hortelã) e rosemary-beet (alecrim e beterraba).

Monica Bathia, uma das criadoras do produto, diz que eles estão estudando algumas parcerias com pequenas fábricas para tentar produzir o Jellaware em larga escala para o mercado. "O custo de produção é baixo, apenas para refrigeração, criação de moldes e agar-agar".

Em breve, segundo ela, o escritório deve fornecer pequenas quantidades do produto para eventos, restaurantes e cafés. Diferentemente dos copos feitos de vidro ou plástico, que podem ser guardados no armário da cozinha, os de gelatina devem ser armazenados na geladeira. "Mas, quando em uso, eles podem ser manuseados como qualquer copo", diz Monica.

Outro cuidado que o consumidor deve ter, segundo a designer, é em relação a quantidade de unidades de Jelloware que podem ser ingeridas por dia. "Nós não recomendamos mais do que três", afirma. "A agar-agar tem propriedades laxativas".

Quem não quiser correr o risco, pode jogar o recipiente fora no lixo comum ou na grama de casa, sem culpa na consciência. Diferente dos copos de plásticos descartáveis, o Jelloware é biodegradável e ainda serve como nutriente para plantas.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Pint to Pint


Olá, somos Jessé Lagos e Carlos Gemin. Somos Farmacêuticos Industriais com mestrado em Ciências Farmacêuticas com ênfase em Produtos Naturais, e nos interessamos por plantas e seus extratos, então por que não extrair açúcares fermentáveis, aromas e sabores para fazer a nossa própria cerveja? 

Há algum tempo começamos a fabricar cervejas de forma artesanal e a pesquisar sobre o assunto. Quanto mais estudamos, mais aprendemos sobre a complexidade do assunto, os diferentes tipos de cerveja, ingredientes e processos. Estamos descobrindo uma grande variedade de tipos dessa bebida milenar e assim, conhecendo seus modos de fabricação, matérias-primas, reações químicas e enzimáticas, equipamentos industriais e artesanais, grupos de discussão e de estudos, tudo com um único objetivo: apreciar um delicioso copo de uma boa cerveja

A paixão por cervejas especiais surgiu em Londres, em um curso de produção de cervejas na Brewlab em Sunderland. Na volta para o Brasil começamos a produção artesanal, experimentando novos insumos nacionais e importadas. Assim, buscamos um equilíbrio entre a escola tradicional inglesa e a inovação com ingredientes brasileiros.

Bons apreciadores de cerveja que somos e interessados em trocar informações sobre o assunto, vamos compartilhar mensalmente com vocês algumas curiosidades que estamos descobrindo e experimentando. Esse tornou-se nosso hobby e como boas bebidas também fazem parte da gastronomia, vamos tentar descomplicar o mundo das cervejas.
            
Para começar, existem basicamente três grandes grupos de cervejas, as Lager, ou de baixa fermentação, as Ales, de alta fermentação, e as Lambic, de fermentação natural. A principal diferença entre elas está na espécie de levedura utilizada.  Cada levedura utilizada possui características próprias para que ocorra a tão esperada transformação de açúcar em álcool, por exemplo: a fermentação das Ales ocorre em temperaturas entre 15 e 24 ºC e durante o processo as leveduras ficam na parte superior do tanque, nas Lagers a fermentação ocorre em temperaturas entre 7 e 12 ºC e as leveduras se concentram no fundo do tanque. Já as Lambics são cervejas produzidas com fermentação natural onde, além das leveduras cervejeiras, também participam do processo leveduras selvagens e bactérias naturalmente presentes na região de produção, as quais contribuem para o sabor ácido desse estilo.

As cervejas mais consumidas no Brasil são cervejas do tipo Lager, as mesmas do tempo em que nossos pais e tios tiravam as garrafas de dentro de um tambor com gelo e serragem, mais especificamente são Pilsens, cervejas claras com sabor leve e pouco ou nenhum aroma e amargor.

As grandes empresas cervejeiras brasileiras produzem basicamente Lagers: pilsens, bocks e malzbiers. Porém as primeiras cervejas a serem produzidas no mundo, e há relatos que isso começou no período neolítico ou 9.500 aC quando os cereais começaram a ser cultivados, como está registrado na história escrita do antigo Egito e da Mesopotâmia. Eram bebidas de fermentação natural, onde os barris ficavam abertos e as leveduras presentes no ambiente faziam a fermentação. Poderiam ser consideradas próximas ao estilo Lambic, muito direfente das que conhecemos hoje, por não possuírem lúpulo na sua composição.

Na Europa medieval os monges produziam as Ales e Lambics e somente elas eram produzidas até o sec. XVI, quando monges da Baviera, na Alemanha, notaram que cervejas guardadas em cavernas congeladas nos Alpes estavam sendo fermentadas por um novo tipo de levedura que tolerava temperaturas baixas e resultava numa cerveja mais clara e leve.
            
Somente atualmente, em 2011, cientistas portugueses descobriram que essas leveduras Lagers são descendentes de uma cruza natural das cepas Ales que eram utilizadas na época, com uma variedade resitente ao frio levadas da patagônia Argentina como contaminante das madeiras dos navios dos primeiros europeus que vieram para a América do Sul.
            
Bom chega de falar das Lagers, pois são nas Ales que encontramos toda a grande novidade de assuntos que comentamos acima. No próximo mês vamos falar das Real Ales, quais os tipos e suas características, além de trazer um esboço simples de como é feita uma Ale e por qual característica cada matéria-prima é responsável no produto final.

Um abraço, Carlos e Jessé.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Invenção da Ânfora


O primeiro recipiente prático para guardar vinhos e azeites foi a jarra. Feita de barro, material abundante, fácil de moldar e tenaz, que permitia fazer vasos leves de paredes finas.

A jarra só tinha um defeito. Tinha de ser carregada nos braços ou na cabeça por uma única pessoa, o que limitava o seu peso.

Foram os Canaanitas, em 1500 a.C., que tiveram a idéia de colocar uma alça na jarra, para permitir o transporte de peças mais pesadas.

Não pensem que foi fácil.

Inicialmente os Canaanitas colocaram só uma alça, mas a jarra ficava muito instável e o líquido sempre entornava. Nas ladeiras, era um caos.

Surgiu então a idéia de colocar duas alças o que permitiria ser carregada por dois homens. Mas as primeiras ânforas tinham as duas alças do mesmo lado, forçando os carregadores a andar em coluna por um.

Como o carregador de trás ficava encoxando o da frente, ocorriam grandes discussões, ambos querendo — eram gregos — o lugar da frente.

Este problema foi resolvido estabelecendo um rodízio, quem ia na frente na ida, vinha atrás na volta, metodologia logo batizada de troca-troca.

Mas os problemas continuaram, o carregador de trás vivia pisando em cocô de cachorro e o patrocinador reclamava que a camiseta nunca aparecia nos quadros.

Os Canaanitas resolveram, pois colocar as argolas em ângulo reto, e quem calculou seu exato posicionamento foi o jovem Pitágoras que faria fama e fortuna com o software.

Infelizmente, os carregadores só andavam em círculo.

Cheio de tanto amadorismo, o rei mandou chamar um consultor. Estrangeiro, pois consultor, ninguém é profeta em sua terra, tem de ser de fora, e este sentenciou que ou se deixava como estava e cobrava-se por quilômetro ou se deslocavam as alças para 180º.

A colocação das argolas em posições diametralmente opostas foi adotada e deu-se àquela jarra hightec o nome de ânfora que em grego, inigualável poder de síntese, significa “recipiente para ser carregado por duas pessoas, uma de cada lado”.

Mas, nem assim, funcionou. As ânforas continuavam a perambular em círculos.
Chamado o consultor, sem pagar porque ainda estava na garantia, este esclareceu que, apesar de, por atraso da gráfica, a ânfora ter vindo sem o manual de instruções, era óbvio que os carregadores, além de marchar lado a lado, tinham de ficar virados para o mesmo lado.

E assim, sempre carregada por dois, as ânforas indo e vindo, levando e trazendo, subindo e descendo, estabeleceram aquela malha sutil de relacionamento que chamamos de comércio, sem a qual a humanidade não teria chegado ao capitalismo, ao marxismo, à globalização, ao neoliberalismo, tigres asiáticos, privatização, crise na bolsa, Real e à embalagem one way.

Para não perder a viagem, o consultor sugeriu ao rei que, usando o espaço entre as alças, mediante uma tabela de sinais gráficos, cada um representando um som diferente, seria possível colocar um rótulo identificando o conteúdo dos vasos.

O rei vetou, explicando que, em vez de ter o trabalho de ensinar a todo mundo o som de vinte e poucos sinais gráficos só para que soubessem se a ânfora continha óleo ou vinho, era mais fácil os carregadores anunciarem o conteúdo em voz alta.

Sugeriu ademais que o consultor usasse sua criatividade para bolar um jeito de colocar rodinhas na ânfora sem que o vinho vazasse pelos buraquinhos.
Por isto os Canaanitas inventaram a ânfora, mas a escrita ficou para o povo seguinte, os Fenícios.

Já o grito dos carregadores que logo incluíram o preço e as condições de pagamento, a propaganda, passou a fazer parte integral de nossas vidas, mas só se profissionalizou depois que os judeus, outro povo do Mediterrâneo, deram-lhe o nome de marketing.

E passou a dar uma grana firme.

Coluna gentilmente cedida por Luiz Groff - Acesse www.invinoveritas.com.br

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Refrigerante Diet Aumenta Risco de Ataque Cardíaco e Derrame

Uma nova pesquisa desenvolvida pela University of Miami Miller School of Medicine e pela Columbia University Medical Center, ambas nos Estados Unidos, aponta que beber uma única lata de refrigerante diet todos os dias pode aumentar o risco de um ataque cardíaco ou um AVC, acidente vascular cerebral. Além disso, as bebidas, que são consideradas teoricamente como mais saudáveis, podem criar danos ao fígado e diabetes. As informações foram publicadas pelo Daily Mail
Os pesquisadores afirmaram que quem bebe refrigerante diet tem 43% mais probabilidade a ter esses problemas de saúde do que aqueles que não bebem. Uma análise prévia dessas bebidas mostra que esses refrigerantes, que têm uma grande quantidade de adoçantes artificiais, também podem causar doença hepática semelhante à causada pelo alcoolismo crônico.
Bebidas diet gaseificadas são comercializadas como uma opção saudável porque têm menos calorias do que os refrigerantes normais, mas seus benefícios à saúde permanecem obscuros, com algumas pesquisas que sugerem que eles acionam ainda mais o apetite das pessoas.
A equipe de investigação estudou todos os tipos de refrigerantes consumidos por 2.564 participantes, durante um período de 10 anos.
Segundo pesquisadores, os mecanismos pelos quais os refrigerantes podem afetar eventos vasculares não são claro, mas existem.
fonte TERRA
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