quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Vinhos Bag-in-Box



O movimento começou com o uso de rolhas sintéticas e as cápsulas Stelvin, mais conhecidas como screw caps ou tampas de rosca. Elas surgiram com o objetivo de diminuir o tremendo prejuízo que as vinícolas vinham sofrendo com a contaminação das rolhas de cortiça pelo TCA, substância química que faz os vinhos apresentarem um gosto de papelão molhado e mofo, a que normalmente se dá o nome de “sabor a rolha”, proveniente de uma contaminação por uso de uma rolha de cortiça de má qualidade.

Esse composto químico inutiliza qualquer vinho, mesmo os mais caros. Indiretamente a nova vedação também acabou diminuindo os custos pela eliminação da rolha tradicional em vinhos mais baratos. No início houve restrições quanto ao uso dessa modalidade de fechamento, mas não por razões técnicas. O principal argumento era a falta do charme e ausência do ritual que envolve o desarrolhar de uma garrafa em certas ocasiões. Com o tempo a novidade acabou sendo bem aceita até para vinhos de qualidade superior.

Mais recentemente apareceu no mercado brasileiro outra novidade: vinhos em caixas de papelão corrugado. Ao contrário da vedação esse método de embalagem tem sido mais difícil de aceitar, pois desde o século 18 os vinhos sempre foram engarrafados. Aos que imediatamente rejeitam a ideia por associá-la a outros produtos como leite e sucos, é preciso esclarecer que não se trata de uma caixa tipo Tetra Pak, mas sim de uma engenhosa invenção para ser adotada em algumas situações, até com vantagens sobre a garrafa. A embalagem chamada Bag-in-Box consiste, como o próprio nome diz, de uma bolsa numa caixa. A bolsa é feita com diferentes camadas de filme plástico flexível onde o vinho é contido sem contato com o ar. À medida que é servido por uma torneirinha na parte inferior da caixa, a bolsa vai se desinflando em torno do conteúdo remanescente.

Como o oxigênio não atinge o vinho, qualquer que seja sua quantidade na bolsa, a oxidação é mínima e o vinho pode ser consumido sem perda da qualidade original por até seis semanas depois da abertura. A capacidade das caixas é superior ao conteúdo das garrafas normais, sendo de três e cinco litros as mais comuns. Seu formato retangular permite empilhamento, são fáceis de manusear e, além de tudo, recicláveis. Muitos produtores estão preferindo esse tipo de solução para vinhos mais simples, pois o preço é 30% inferior ao da garrafa de vidro. Além de leves e mais seguras para transportar, também não estão sujeitas ao TCA. Para resfriar rapidamente vinhos brancos, a bolsa pode ser retirada da caixa e colocada em balde de água gelada. Na temperatura correta retorna à caixa para ser servido.

Como a bolsa não é totalmente hermética, os vinhos Bag-in-Box não servem para guarda e devem ser consumidos dentro do tempo prescrito na embalagem, normalmente até nove meses. Porém, isso não impede que seja utilizado com sucesso em várias situações. Em casa, por exemplo, como vinho para o dia a dia, mais de uma caixa pode ser "aberta" simultaneamente para servir pequenas doses ou maiores quantidades em festas familiares. Os restaurantes mais simples poderão servir vinhos em taça sem risco de oxidação, ao contrário dos que permanecem nas garrafas abertas. Nas cozinhas - neste caso sem restrições de padrão - os profissionais contarão sempre com vinhos frescos para uso na panela em receitas mais sofisticadas.

Existem ainda outras opções de armazenamento de vinhos, mas nada que afete o mercado dos tradicionais vinhos em garrafa, que ainda é a maneira mais charmosa de comercialização da bebida de Baco. 

fonte TASTE

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