segunda-feira, 28 de maio de 2012

Brasil Deve Ser Tema do Próximo Madrid Fusión



O Brasil é o país mais cotado para apresentar sua cozinha de vanguarda na 11ª edição do Madrid Fusión, um dos principais festivais internacionais de gastronomia, realizado anualmente na Espanha, em janeiro.

Segundo Esmeralda Capel, uma das fundadoras do festival, o Brasil está buscando sua própria identidade gastronômica. A riqueza de seus ingredientes e a criatividade dos chefs prometem uma decolagem de sucesso. "Para que os chefs e a gastronomia do país convidado tirem o máximo de proveito, é importante que as instituições apoiem ações pontuais de promoção dentro e fora do Madrid Fusión", pondera.

Uma comitiva formada por organizadores do evento desembarca no país, nos próximos meses para conhecer chefs e suas cozinhas e tentar traçar ações de apoio com o governo e instituições brasileiras.

Considerando esse aspecto, o Brasil pode esbarrar em um grande entrave para participar do evento. Em sua última edição, o país convidado foi a Coreia do Sul, que, mais do que apresentar sua culinária, mostrou a importância de uma política de Estado voltada para a internacionalização da gastronomia.

Há dois anos, já de olho na participação no festival, eles criaram a "Korean Food Foundation", uma instituição privada totalmente custeada pelo governo. Além de profissionalizar cozinheiros ao redor do mundo, a entidade desenvolveu guias em nove idiomas para divulgar seus restaurantes na Europa.

Enquanto isso, a imagem da gastronomia brasileira para o cidadão espanhol de classe média está restrita ao churrasco e à caipirinha, diz Esmeralda.

Já entre os profissionais de gastronomia, o chef Alex Atala, proprietário do D.O.M., considerado o 4º melhor restaurante do mundo, resume a culinária de vanguarda brasileira. As chefs Helena Rizzo, do restaurante Maní, e Bel Coelho, do Dui, são nomes que também começam a ser citados.

Mas nem para eles a divulgação da gastronomia brasileira é tarefa fácil. Em novembro de 2011, a primeira comitiva formada por chefs brasileiros a apresentar sua cozinha em um evento internacional, o San Sebastián Gastronomika, também na Espanha, teve que pagar a viagem do próprio bolso.

"As instituições brasileiras deveriam ajudar a promover sua cozinha fora do país. A presença de chefs brasileiros em eventos gastronômicos internacionais, como 'Madrid Fusión', e a abertura de novos restaurantes de cozinha brasileira fora do país, assim como a promoção desses estabelecimentos são armas muito eficazes", ressalta Esmeralda Capel.

Ela evita falar de outros países que estariam "concorrendo" com o Brasil e, principalmente, sobre detalhes da visita da comitiva. Mas, se a escolha dependesse exclusivamente dos chefs, Esmeralda diz o que pretende encontrar em terras tupiniquins: "Damos muito valor para novas ideias, técnicas e matérias-primas".

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