quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Gasto de Brasileiros em Restaurantes Dobra em 9 Anos


O aquecimento no mercado de trabalho no Brasil está gerando impacto não apenas nas contas bancárias da população, mas também na mesa de refeições. Os brasileiros gastam hoje mais que o dobro do que gastavam há nove anos com alimentação fora de casa de acordo com uma pesquisa inédita feita pela consultoria Data Popular. Esse tipo de despesa somava R$ 59,1 bilhões em 2002. Dados deste ano mostram que ela subiu para R$ 121,4 bilhões.

O levantamento indicou ainda que esse aumento foi impulsionado pela chamada nova classe média, que engloba a classe C. Dos 65,3% do total de brasileiros que costumam comer fora de seus domicílios, 54,6% são da classe C, seguidos de 26% das classes D/E e 19,4% das A e B.

Segundo o sociólogo Fábio Mariano Borges, especialista em comportamento do consumidor, um dos motivos para todo esse crescimento é a nova configuração da sociedade. O aumento do índice de emprego não significa apenas o maior acesso financeiro, mas uma mudança no estilo de vida, que inclui atividades fora de casa, tanto no almoço nos dias de trabalho, quanto no jantar, apenas por lazer. Se as pessoas estão mudando de vida, elas querem incluir hábitos que mostrem essa mudança.

O crescimento desse costume aqueceu o setor de alimentação, gerando concorrência e melhorias em bares e restaurantes. Isso acaba fechando o ciclo, já que com preços menores e maior quantidade e qualidade na oferta, o número de clientes tende a aumentar. Estima-se que hoje haja cerca de 680 mil estabelecimentos como restaurantes e lanchonetes no país que recebem 85,2 milhões de clientes por ano, enquanto que há nove anos esse número não passava de 240 mil empresas desse tipo.

Pela pesquisa do Data Popular, que foi realizada no segundo trimestre deste ano nos 26 estados, "lazer" foi a resposta mais dada pelos entrevistados de todas as classes sociais quando questionados por que vão jantar fora de casa. Nas classes A e B esse percentual chega a 56,4% dos ouvidos, seguidos por 46% da classe C e 42,9% das classes D e E. "Com um maior nível de emprego, agora há a possibilidade de se passear no shopping, não comprar nada nas lojas, mas comer algo na praça de alimentação antes de voltar para casa", afirma Borges.

Esse cenário também foi se desenvolvendo porque o recente boom econômico se dá principalmente em empreendimentos de serviços, como explica Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. "E nesse setor de serviços, onde geralmente há empresas menores, predomina a prática de dar vale-refeição aos funcionários e não de se fazer refeitórios como ocorria antigamente e ainda acontece, geralmente em indústrias".

fonte INVERTIA


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